26 de fevereiro de 2019

Vidas negras importam!!!

Coração pesado, apertado. É difícil para eu dimensionar racismo. Sou branca, olhos claros, nasci na periferia, fui pobre de Marré, e por isso, apenas isso, já sofri preconceito. Nunca racial. Nunca me pararam e pediram meus documentos. A verdade, é que embora, eu particularmente nunca tenha sido racista, só vim ter um pensamento amplo após me casar com um negro. Após ter medo de um dia alguém atirar nele primeiro para depois perguntar. Confundir o guarda chuva com um arma. Entendam, sempre tentei defender meus amigos, mas eu sou branca, jamais vou entender com exatidão o ser negro no Brasil. Eu tenho medo de ser estuprada, assaltada. Talvez algum dia eu apanhe primeiro por ser mulher, mas a minha cor não é fator negativo nessa equação. 

Na minha turam de medicina, eramos majoritariamente brancos. Negro, negro mesmo, apenas a intercambista Africana. Ainda é absurdamente difícil vermos os negros médicos, juízes e por aí vai a lista. Durante muito tempo, tempo demais, não entendi a nossa dívida da escravatura. Não percebia, com a clareza de hoje, as diferenças abissais que ser pobre, e ser negro pobre ou apenas negro tem nesse pedaço continente chamado Brasil.

Até quando faremos barulho na internet, mas permaneceremos apenas os contabilizando como mais um. Dados para o IBGE, datafolha, ibope... Um número em uma pesquisa. São pessoas, vidas que jamais serão as mesmas. Nossa voz precisar ir além de telas, papéis! Precisam criar vida, virar políticas públicas de proteção. O navio negreiro não desapareceu. A senzala só mudou de lugar. Vidas negas importam. Vidas negras são VIDAS!!!  
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25 de fevereiro de 2019

De uma noite amena, de verão de fogo


Você também tem, às vezes, um fernisin para escrever? Acho que se eu acreditasse em signos diria que é meu lado ariana agoniada. Mas não acreditando digo que é meu peito carregado de histórias que transbordam para além de mim mesma. Há uma necessidade compulsória de por fora, escrever, desenha, falar... sei lá!!! É uma voz silenciosa que grita. Não, não é uma alucinação ou pseudo. Nem um surto psicótico. Embora, eu ache que a viagem deva ser parecida. É uma tormenta dentro de si, não daquelas angustiosas, mas daquelas caóticas. Do tipo que você vomita você, para depois avaliar aquilo que tava dentro. É, acho que fez falta a terapia de hoje. Meus dedos não estão sujos de tintas. Meus dentes ainda doem. Já se foram duas taças, dois textos, algumas mensagens trocadas, e uma conversa sobre viagens. Já sonhei, escrevi e não gostei. Tudo nas últimas horas.
Tem dias que me sinto em um poço onde quanto mais água eu tiro, mais água brota, ou em um desenho animado, onde sempre que me aproximo do objetivo ele se afasta. Vida confusa. É estranho demais, essa sensação de que tem algo para sair, e você não sabe o que. O nome seria ansiedade, eu digo. Confuso e abstrato. Preciso voltar a desenhar urgentemente. Amanhã tem aula, tem trabalho. Das duas redações só fiz uma. Da música, nenhuma. O lado libriano indeciso. Ah, mas é mesmo, eu não acredito em signos. A vida seria mais fácil, talvez, se eu acreditasse. Vou voltar para o blog. Meu lugar público privado, ou seria privado público? Já passa das 22h, amanhã cedo começa a jornada, é hora de ir para cama. Mas adianta? Ir ao leito e não dormir? Talvez contar carneirinhos? É foi café demais aquelas 03 xícaras, e rivotril de menos. Socorro, nem freud me explica hoje.

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10 de abril de 2017

Alegria


Hoje foi um daqueles dia que a gente faz umas coisinhas mínimas, que se traduzem em se amar mais. Não, não foi um corte de cabelo, uma manicure ou um batom vermelho, muito embora todas essas coisas sejam efetivas no cuidado do auto amor. Hoje foi dia de cinema, sozinha, independente, filme da DC. Hoje foi dia de lembrar que é possível encontrar alegria em estar em sua própria companhia e nas mínimas coisas.
Do cinema para livraria...
Vai ser difícil quantificar o estado de espírito que eu fiquei dentro daquela loja, enquanto me perdia em prefácios e admirava encadernações, passava mão por aquelas lombadas e letras destacadas. Naquele ambiente não particular e ao mesmo tempo extremamente privado. No meu mundo especial, onde parece que de uma certa forma todos ao redor também pareciam estar. Não no MEU mundo especial, mas no deles. Alguma vez vocês já pararam para observar as reações das pessoas dentro de uma biblioteca ou uma livraria? Experimente, vale a pena!! O sorriso veio fácil, a sensação de alegria, de estar no lugar certo. Fui olhando e me enamorando de tanto versos, prosas, histórias e estórias, que me perdi e me achei. Escutei conversas sobre séries, indicações de autores conhecidos e anônimos. E foi assim entre uma palavra e outra que me vi no meio de um gostoso bate papo. De onde viemos, há quanto tempo estamos, o que estamos lendo, procurando. Foi fácil, foi leve... o difícil foi não sair com mais livros do que eu poderia carregar. O peso que restou foi só o da pura satisfação misturada com o contentamento. E a lista de 2019? Já se encontra maior que o número de meses...



A. Martins
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23 de março de 2017

Pobre rico adulto menino

Ele me pediu apenas um beijo...
Não sabia ele que eu estava disposta e lhe entregar meu coração
Ele me trouxe lágrimas...
Não sabia ele que eram os meus sorrisos que eu trazia para juntos compartilharmos
Ele me pediu minutos...
Não sabia ele que teria todo tempo se morada quisesse fazer
Ele queria o tudo mas me pediu o nada
E por medo de ficar fugiu, sem contudo partir... olhando de longe o meu desabrochar
Pobre menino em corpo de homem!
Não foi ensinado a amar, a respeitar.
Vi o amor, mas teve receio de com ele falar. Nem de longe conseguiu cumprimentar.
E perdeu, sim perdeu tudo de mais precioso que a vida poderia lhe dar...
Ganhou dinheiro, foi bem sucedido...
Mas não tinha um Abraço em dia frio, um mão para nos dias difíceis se apoiar... 
Perdeu os filhos que não existiram... perdeu amor que não aconteceu
Ouvi dizer que ainda vive de galho em galho, mendigando momentos, carícias, vivendo histórias fugazes que não resistem ao tempo.

Pobre rico adulto menino... Que a verdadeira solidão nunca o deixa pra lá.
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